terça-feira, 6 de julho de 2010

Chiwaque – culinária Nikkei em Recife

Expectativa era o que eu sentia, muita expectativa. Afinal muito já havia ouvido e lido sobre o Restaurante Chiwake e a vontade de conhecê-lo era grande. A amiga de farra gastronômica não pode acompanhar-me e como é imprescindível uma boa companhia num almoço dominical, fiz contato com Carlos Bartolomeu (escritor, diretor de teatro, professor da UFPE e outras cositas mais), que já havia manifestado o desejo de acompanhar-me nas farras. Encontramo-nos pontualmente às 12 h e 30 min. e seguimos para o almoço. Primeiros a chegar, escolhemos uma mesa de canto (no encontro do L) com vista para a rua e para todo o salão. Carta à mão, veio a dúvida, que escolher? Ana havia sugerido para entrada o Festival de Ceviche, porém como tenho uma paixão recente por batata doce e alho poro, escolhi um Tiradito composto de ceviche, pasta de peixe levemente picante, alho poro e batata doce. Só tenho um adjetivo: fantástico! E para beber, o meu óbvio, cerveja. Escolhi uma escura que não conhecia. Delícia. Bartô preferiu a água tônica. E os papos rolaram: cinema, teatro, Recife dos anos 50 e 60 e sua arquitetura e Paris. Creio que foi uma boa mistura de temas. Para almoço resolvi experimentar uma pasta com frutos do mar - espaguete ao molho de huacaina (creme de queijo com aji) camarão, polvo, lula e tomate concasse. Meu amigo optou por uma outra entrada – salmão com crosta de gergelim, em salsa de mel e gengibre e salada de folhas. A pasta estava decididamente al dente. O sabor do molho realmente levemente picante o que deixava o prato mais saboroso. A consistência do polvo era de um palmito pupunha. O mesmo não posso dizer dos anéis de lula, estavam borrachudos. O camarão também deixou a desejar, estava sem sabor e era possível ver aquela tirinha preta ao longo dele. Como não sou de comer muito, não consegui comer tudo, o que levou o garçom a perguntar-me se não havia gostado. Absolutamente, apesar das falhas, gostei do prato escolhido que é muito bem servido em quantidade. Comentei com ele da consistência dos anéis de lula, espero que ele tenha transmitido meu comentário para a cozinha. Ao contrário de mim, Bartô foi todo elogios para sua escolha. O salmão estava perfeito com sua crosta de gergelim. A salada de folhas e a salsa de mel com gengibre era o acompanhamento exato para o peixe. Escutei muitos huuunnnnsss. Hora do postre, optei por mais uma cerveja, já o companheiro escolheu a torta gelada de graviola. Não sou muito de doce e muito menos de graviola, contudo dei uma experimentada e gostei. Mais e mais elogios da parte do amigo. Para finalizar, um café para ele. Fim de farra, saímos caminhando pela Rua da Hora, Rosa e Silva, Agamenon Magalhães, Fernandes Vieira, Soledade, até chegarmos a Conde da Boa Vista. Aproveitamos para ver algumas casas e prédios mais antigos que existem no percurso e lembrar histórias. Talvez a descrição dos pratos não estejam totalmente corretas, pois não me preocupei em fazer anotações na certeza de que eles estariam na página do restaurante. Creio que ela precisa ser atualizada. Do serviço posso dizer que fomos muito bem atendidos, eram todos muito atenciosos e nos deram as informações corretas com relação as pimentas. Quero voltar para experimentar outros ceviches e tiraditos. Passaria as tardes de minha eternidade em vida comendo-os no Chiwake.
Nota: a culinária Nikkei é a culinária japonesa com a peruana.